O R∴E∴A∴A∴

“R I T O   E S C O C Ê S   A N T I G O   E   A C E I T O”

     O Rito Escocês Antigo e Aceito ou R.·.E.·.A.·.A.·., cujo nome é uma corruptela de Rito Escocês dos Malheiros Antigos e Aceitos, lembra da velha característica da Entidade, que era composta por “malheiros” (maçons) antigos (malheiros, pedreiros de profissão) e, depois, por antigos e aceitos (que não eram pedreiros).

     É um Rito dentro da Maçonaria, que deriva do Rito de Heredom e da época da fuga dos Cavaleiros Templários para a Escócia.

     Ligados ao Antigo Testamento e à lenda de Hiram “Lenda base da Maçonaria Simbólica” julga-se que alguns dos Ritos descritos eram praticados por outras Ordens Secretas existentes na França, como os Martinistas, na Alemanha, como os Illuminati ou os Rosa-Cruz, e na Escócia, como os Templários , quando refugiados nesse país depois da sua perseguição nos Grêmios ou Lojas da classe profissional dos Pedreiros Livres aí existentes.

     O Rito é composto de trinta e três Graus, sendo:  três graus simbólicos e trinta filosóficos.

     No Brasil esse Rito é o mais praticado na grande maioria das Lojas. A maioria dos Autores é coincidente na afirmação de que este Rito teria surgido na França pela criação do Rito de Perfeição ou Heredom. Os Jacobistas exilados na França muito contribuíram para a formação e a propagação deste Rito.

     O Rito Escocês é um Rito especial, inclusive no que diz respeito às suas origens.

     Todos os Ritos conhecidos têm a sua história e origem bem definidas. A história e a origem do Rito Escocês dão margem a muitas indagações, a começar pelo fato de que é Escocês e nasceu na França.

     O sistema escocês teve origem na França pelos partidários dos Stuarts, que se encontravam lá exilada. O Rei Carlos I, da família dos Stuarts, da Inglaterra e da Escócia, havia sido deposto pelo ditador Oliver Cromwell. Foi a primeira manifestação maçônica ocorrida na França, por volta de 1650.

     O Sistema Escocês não tinha uma linha obediencial, eis que não se submeteu à Grande Loja da Inglaterra, quando, em 1717, ela foi fundada.

     Era um sistema livre praticado por Lojas Livres e por Maçons Livres. A partir de segunda metade do século XVIII é que foram criados os 25 Graus do chamado Rito de Heredom, que mais tarde receberiam a adição de mais oito Graus com a fundação do Supremo Conselho de Charleston, a partir de 1800. Esse Supremo Conselho foi o primeiro do mundo, sendo assim, o Supremo Conselho Mater-Mundi.

     As causas da criação dos Altos Graus são obscuras. Alguns autores acham que foram políticas, sendo uma maneira de controlar as Lojas Maçônicas; outros acham que foram doutrinárias com extensão da Maçonaria Simbólica, agregando novos estudos no desenvolvimento dos Maçons; outros acham, ainda, que as vaidades pessoais e a busca de títulos deram causa à criação dos Altos Graus.

     O Rito Escocês foi o primeiro Rito Maçônico a possuir Altos Graus. Na origem dos Altos Graus há certa uniformidade entre os autores, apesar dos que defendem a participação efetiva de Frederico II da Prússia, o que não é realidade, mas concordam que o Discurso do Cavaleiro de Ramsay, o Capítulo de Clermont e o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém, constituem os pontos fundamentais na origem dos Altos Graus.

     O documento produzido pelo Cavaleiro de Ramsay induziu a uma reforma maçônica com a adoção dos Altos Graus. Este documento passou à história como o Discurso de Ramsay.

     O Capítulo de Clermont foi criado em Paris e teve pouca duração. Pregava basicamente duas coisas: não se submeter à Grande Loja da Inglaterra e praticar, propagar e divulgar os Altos Graus.

     O Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, também fundado a partir do Capítulo de Clermont, era a Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém e foi uma importante Potência escocesa.

     Foi essa Potência que criou um sistema escalonado de 25 Graus, que eram chamados Graus de Perfeição, os que iam do Grau 4 ao 25. Esta escala de 25 Graus recebeu a denominação de Rito de Perfeição ou Rito de Heredom.

     Posteriormente, Morin recebeu do Conselho dos Imperadores do Oriente e Ocidente uma carta-patente que o credenciava a criar Lojas dos Altos Graus nas Américas, muito embora ele tenha constatado que aqui na América já havia Lojas de Altos Graus em pleno e perfeito funcionamento.

     Essa tal carta-patente, cuja autenticidade foi questionada, mais tarde foi autenticada pelo Conde Auguste de Grasse-Tilly, primeiro Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho da França.

     Ao sistema de 25 Graus do Rito de Heredom, os norte-americanos adicionaram mais oito Graus, criando assim a escalada hierárquica que temos atualmente no Rito Escocês Antigo e Aceito.

     A denominação “Antigo e Aceito” surgiu na França por cópia de uma situação criada com a fundação da Grande Loja de Londres. Ocorre que, já bem anteriormente, a Ordem Maçônica recebia os “Aceitos” que eram Maçons que, apesar de aceitos na Ordem, não exerciam as profissões dos Operativos.

     Com a criação da Grande Loja de Londres, muitas Lojas fizeram-lhe oposição, não se submetendo à nova Obediência. Os Maçons das Lojas subordinadas à Grande Loja foram considerados “Modernos” (o que não tem nada a ver com o Rito Moderno, que surgiria mais tarde na França).  Já os Maçons residentes foram considerados “Antigos”.

     Algo semelhante aconteceu na França, mais tarde. O Grande Oriente da França resolveu fazer uma revisão nos Altos Graus e apresentou um Rito que tinha apenas quatro Altos Graus. Nascia aí o Rito Francês, ou Francês Moderno ou, simplesmente, Moderno.

     Passaram, então, os adeptos do Rito Escocês, que vinha expandindo-se, a criticar o novo Rito, chamando-o de “Moderno”, enquanto denominavam a si mesmos de “Antigos e Aceitos”, ao mesmo tempo em que deram oficialmente nome ao Rito de Rito Escocês Antigo e Aceito.

     Como dissemos, o primeiro Supremo Conselho criado no mundo foi o Norte-americano de Charleston; o segundo foi o Supremo Conselho da França e a partir daí estendeu-se para o mundo pelas mãos do Conde de Grasse-Tilly.

     Pelo que a história registra o Rei Frederico II da Prússia pouco ou nada teve a ver com a criação e expansão dos Altos Graus, que foram criados por norte-americanos de origem judaica.

Os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito estão dispostos abaixo:

 

LOJAS SIMBÓLICAS:

Graus:
1 – Aprendiz Maçom
2 – Companheiro Maçom
3 – Mestre Maçom

GRAUS SUPERIORES OU FILOSÓFICOS 

PRIMEIRA SÉRIE – Graus de Perfeição ou Inefáveis:

Graus:
4 – Mestre Secreto
5 – Mestre Perfeito
6 – Secretário Íntimo
7 – Preboste e Juiz
8 – Intendente dos Edifícios
9 – Mestre Eleito dos Nove
10 – Cavaleiro Eleito dos Quinze
11 – Sublime Cavaleiro Eleito dos Doze
12 – Grão Mestre Arquiteto
13 – Cavaleiro do Real Arco
14 – Grnde Eleito, ou Perfeito e Sublime Maçom 

SEGUNDA SÉRIE – Graus Históricos e Religiosos: Capítulo de Cavaleiros Rosa Cruz:

Graus:
15 – Cavaleiro do Oriente ou da Espada
16 – Príncipe de Jerusalém
17 – Cavaleiro do Oriente e do Ocidente
18 – Cavaleiro Rosa Cruz 

TERCEIRA SÉRIE – Graus Filosóficos: Conselho de Cavaleiro Kadosch:

Graus:
19 – Pontífice ou Sublime Escoces
20 – Soberano Príncipe da Maçonaria, Mestre Ad-Vitam
21 – Noaquita, ou Cavaleiro Prussiano
22 – Cavaleiro do Real Machado ou Príncipe do Líbano
23 – Chefe do Tabernáculo
24 – Príncipe do Tabernáculo
25 – Cavaleiro da Serpente de Bronze
26 – Príncipe da Mercê, ou Escocês Trinitário
27 – Grande Comendador do Templo
28 – Cavaleiro do Sul, ou Príncipe Adepto
29 – Grande Cavaleiro Escocês de Santo André
30 – Cavaleiro Kadosch, ou Cav.'. da Águia Branca e Negra

QUARTA SÉRIE – Graus Administrativos: Consistório de Príncipes do Real Segredo:

Graus:
31 – Grande Inspetor Comendador
32 – Sublime Príncipe do Real Segredo
33 – Grande Inspetor Geral